NADA  MELHOR DO QUE SE BANHAR NO DOCE CALOR DAS ÁGUAS AMNIÓTICAS2025
O fotolivro “Nada  melhor do que se banhar no doce calor das águas amnióticas” parte de uma necessidade de contar e elaborar o que havia sido o meu puerpério. No início, queria apenas relatar aquilo que senti, mas, à medida que fui desenvolvendo, outros temas e questões começaram a se entrelaçar. A maternidade, de uma forma que eu não tinha previsto, foi se abrindo como um grande território a ser explorado. Não só as questões físicas, que eu imaginava serem o centro, mas também as sociais, as expectativas, e, claro, a relação com a minha própria mãe.

Quando me tornei mãe, uma percepção me veio com uma clareza que eu não tinha antes: eu não sabia absolutamente nada sobre o que é ser mãe. Nenhuma das imagens que tinha construído sobre isso resistiu ao momento em que meu filho nasceu. A maternidade, por mais antiga e atávica que seja, revelou-se um território desconhecido, um terreno estranho onde se misturam o prazer e o pânico, a doação e o esgotamento. Então, me veio o questionamento: como construir uma sociedade em que as pessoas compreendam o que significa o trabalho, a entrega, a dedicação que a maternidade exige? Como algo tão fundamental pode ser tratado com tanta indiferença e até mesmo com certo desprezo?

Mães são chamadas de guerreiras, no entanto quando um combatente retorna da guerra, mesmo que ninguém tenha ideia do que seja realmente vivê-la, há sempre uma reverência, um respeito por sua história, pelos feitos, pelos traumas, ainda que essas guerras sejam, quase sempre, causadas por motivos medíocres e desumanos. A recepção em relação às dificuldades, dores e cicatrizes dessas mães “guerreiras” me parecem muito distintas das dos soldados. Apesar da aparente admiração surgem novas cobranças, julgamentos e metas inatingíveis.

Meu livro “Nada  melhor do que se banhar no doce calor das águas amnióticas”  busca compreender e criar um lugar para a mãe que nasceu junto com minha cria.


Assita ao vídeo do livro sendo folheado aqui.

64 páginas
Tamanho: 14x20 cm
Encadernação: canoa costurada
Impressão:jato de tinta
Edição de Autora



©marina luna